domingo, 13 de maio de 2007

SUA MARCA NO MUNDO

A impressão que temos, quando observamos os homens, é que a humanidade está acossada, amedrontada, sem saber lidar com as notícias e os acontecimentos cada vez mais alarmantes que chegam a nós. Notamos uma inquietação universal nos quatro cantos da terra, que afeta até mesmo as bolsas de valores de todo o mundo, independente de a turbulência estar acontecendo no Iraque, Inglaterra, Estados Unidos, vários países da África e até mesmo no Brasil.

A paz na sociedade tem sido cada vez mais enganosa. Os homens aprendem a aplicar a “terapia do avestruz” que, na iminência do perigo, esconde a cabeça para não vê-lo, sendo surpreendido pela evolução do quadro, em forma de fobia, ansiedade, depressão, pânico e outros transtornos.

O cristão entra aqui, não como uma tábua de salvação ou como o herói que usa a Bíblia como espada, soltando seu grito de guerra: “em nome de Jesus, eu tenho a força!”. Ele é um membro dessa sociedade e, ali, sua vida tem que fazer diferença. Sua atuação na comunidade, seu estilo de vida precisa ser observado por aqueles que o cercam, como referência, uma pessoa que marca pelo que é, que dá sua contribuição à sociedade, não só como profissional em sua área de trabalho, na qualidade de médico, dentista, advogado, pastor ou missionário, mas como sujeito, componente dessa comunidade e um de seus líderes naturais (o cristão tem que ser o melhor).

Como cristãos ou como pessoa humana, no seio da comunidade, precisamos tocar as pessoas, mas só há uma possibilidade de isso acontecer: entender que não tocamos ou marcamos, somente quando conseguimos impor a elas nossa verdade. Essa marca se torna indelével, à medida em que nossos semelhantes são educados a descobrir suas próprias verdades, ver por si mesmos e assumir suas próprias escolhas de modo digno e responsável. Assim estabelecer-se-á a diferença: um marco divisório na vida do ser humano que recebeu a nossa marca: antes e depois de nós.

“O LOUVA A DEUS”?

Desejei atribuir a este trabalho o título de “O Louva a Deus”. Cheguei a produzir um jornalzinho assim chamado. Desisti, porque, com certeza, fugiria um pouco ao nosso propósito. Mas deixei este pequeno texto que vai como uma homenagem.

Com certeza trata-se de uma homenagem a um pequeno inseto que muito se parece comigo, não fisicamente, é lógico, mas em alguns aspectos de sua vida. Quando eu digo “comigo”, uso o sentido genérico, pois me refiro a todos aqueles que se preocupam com os aspectos mais recônditos do nosso relacionamento com o Criador e Sustentador de nossa fé. Senão, vejamos.

- O “louva a Deus” é um predador, isto é, um carnívoro que promove o equilíbrio ecológico, comendo vários tipos de insetos que passam por perto dele, julgando-o inocente, naquela postura piedosa. Nós não somos assim? Somos pecadores que sempre escondemos o jogo. Nunca “mostramos as cartas” de início. Queremos que as pessoas acreditem que somos os melhores homens do mundo. Mentimos, com toda sorte de simulações. Se formos andar por esse caminho, podemos dizer: “Não há quem não minta”. Omitir é mentir.

- O “louva a Deus” é o único inseto que, como a coruja, consegue dar uma volta de 360 graus com a cabeça, embora seu corpo fique onde está. Isso para observar melhor seus predadores e suas vítimas. Isso se parece muito comigo, que, de um tempo para cá, ouço os pregadores e os homens de Deus com muita atenção e senso crítico, pois vinha procurando a maneira de viver e de louvar e adorar a Deus da forma mais bíblica possível, mas não tenho estado satisfeito, nesses últimos anos com o que sempre chamamos de culto. Essa defesa e essa procura tornaram-se para mim algo de primeira necessidade.

- “O louva a Deus” está em postura de louvor e adoração, as vinte e quatro horas do dia. Isso se parece muito com a forma de louvor que adotei, pois acho que o culto é um estilo de vida. Melhor: é a minha vida dada a Deus como sacrifício vivo: meu culto racional.

- Mas isso não é somente uma força de semântica. O “louva a Deus” é um bichinho que se dá em sacrifício. Ele tem apenas uma oportunidade de acasalamento na vida. Depois da cópula, a fêmea lhe devora a cabeça e parte do corpo. Com certeza, ele entrega a vida pelo amor. Pela prole e pelo amor da feroz amada. Não seria pelo orgasmo, primeiro e o único da vida, pois dele não havia referência: nunca experimentara antes. A “dedicada esposa” vai usar os nutrientes do corpo dele para produzir uma quantidade de ovos maior do que a normal. Os ovos são postos numa espécie de casulo (ooteca) que os protege do mau tempo e de inimigos. Deles surgem ninfas bem semelhantes aos adultos, mas sem asas, que podem devorar-se umas às outras.

Esta é mesmo uma homenagem àquele inseto que mais se assemelha ao cristão que tem buscado a Deus de maneira correta. Jesus orou assim por nós: “Pai, não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”. Estamos no mundo sujeitos às intempéries, pois, “a chuva cai sobre justos e injustos”. A gente lida com o pecado. Estamos, a todo instante, confessando a Deus nossas infidelidades a Ele e Sua Palavra. Mas, por isso mesmo, o Senhor nos deixou um Advogado, a quem recorremos a todo instante. Mas, como o “louva a Deus”, estou “ligado” a todo momento, entregando todo dia e o dia todo minha vida (espírito, alma e corpo) em sacrifício vivo a Deus, num culto racional e assumindo suas implicações como homem e como cidadão deste mundo.